Detecting...
Please whitelist dirzon to continue.
by: unregistered | 16461 KB | 30-03-2024 | 35 reads | 10 downloads
Author: António Ndelesse Epifânio
Problemas de vária ordem levaram um conjunto de bóeres, em 1874/5 a empreenderem um trek da região do Transvaal, na África do Sul, até Angola. Migração caracterizada por contratempos climáticos e confrontos com os povos que iam encontrando no seu longo caminho. Muitos bóeres pereceram de doença, sede e fome, outros acabariam por regressar à sua terra de origem. O grupo que continuou a viajar chegou ao Humbe, à margem direita do rio Cunene, em 1879. A chegada dos bóeres foi marcada por confrontos com os indígenas e por um certo receio da parte dos portugueses que habitavam esta região. Contudo, passado
algum tempo, os bóeres são autorizados pelo governo português a instalarem-se no Planalto da Huíla, na localidade da Humpata, onde fundam as colónias de S. Januário e da Palanca. O assentamento será caracterizado por conflitos com os mwílas e, pouco depois, com os madeirenses, que começavam a chegar (1884-85). É esta realidade nova para a época que procuramos reconstituir ao longo desta
dissertação. A nível teórico explica-se o papel desempenhado pelos bóeres na colonização, sobretudo quanto ao desenvolvimento das vias de comunicação e dos meios de transporte no Sul de Angola. A nível dos vestígios que se encontram na Humpata, procuramos identificar os descendentes dos antigos serviçais dos bóeres e também o vasto património funerário aqui deixado. Fez-se recurso a uma metodologia interdisciplinar, nomeadamente fontes documentais, tradição oral, tradição viva, história oral e prospecção arqueológica. Em termos de resultados foi possível constituir uma bibliografia básica para o estudo dos bóeres em Angola, identificar a comunidade ovi-womu da Humpata e das Neves, inventariar o património funerário e civil, património que foi deviamente inventariado, fotografado e georreferenciado.
Palavras-Chave: Sudoeste de Angola, Bóeres de Angola, Humpata, ovi-womu,
património fúnebre bóer.